sábado, 17 de setembro de 2011

Condição Feminina das ultimas décadas do século XIX


As mulheres vêm conquistado aos poucos direitos e deveres sociais que precisam ser preservados. O movimento de mulheres em causa própria é antigo.
Inicialmente foi silencioso e sutil. As formas de abordagem da condição feminina têm variado no tempo e no espaço. Deve-se ressaltar ainda que muitas vezes a história das mulheres foi marcada por tragédias.
No século XIX, em 8 de março de 1857, cerca de 129 mulheres morreram queimadas dentro de uma fábrica em Nova Yorque, porque reivindicavam condições dignas de trabalho. São fatos marcantes para a história das mulheres no ocidente. Em 1910 foi criado o 'Dia Internacional da Mulher' em memória dessas 129 operárias assassinadas por patrões de uma indústria têxtil.
Já agora, século XXI, Código Civil brasileiro renovado, a condição jurídica da mulher está menos discriminatória. Mas há ainda muito o que avançar para a garantia da democracia paritária.
No momento, a preocupação maior é em relação à violência contra a mulher, inclusive a doméstica.
Nas últimas décadas do século passado, as mulheres reivindicaram seu espaço, inclusive contestando o modelo dominante da velha teoria da evolução humana centrada no sexo masculino.
Claro está que tal enormidade não resulta apenas da casmurrice misógina de um indivíduo, mas arraiga numa longa tradição de minimização do sexo feminino (que vem desde os tempos bíblicos), fortalecida, a partir da segunda metade do século XIX, pela ciência positivista (na qual Veríssimo e toda a geração intelectual do entre - séculos foi formada); e que defendia a superioridade feminina sobre o homem, no que dizia respeito ao "poder privado" (filha, esposa, mãe, guardião do lar) e a superioridade masculina sobre a mulher, na esfera do "poder-público", político, econômico, social, culto, etc.
Coisa que começou e de certa forma foi mudada no século XIX, mas até os dias atuais século XXI a mulher ainda enfrenta grandes problemas na aceitação feminina na sociedade pois o homem mesmo exercendo o mesmo cargo que ela na sociedade a remuneração feminina é inferior ao do homem.

Dicas de outros autores

A MORENINHA
JOAQUIM MANUEL DE MACEDO - Martin Claret
A história conta sobre Augusto, rapaz que aposta com amigos ( incluso Felipe ) que não ficaria apaixonado por mais de 15 dias por mulher alguma, sua pena ( em caso de perda) será a de escrever um romance para estes amigos. O romance A moreninha é o fruto desta aposta (há aqui um exercício de metalinguagem). Augusto é estudante e colega de Felipe, cuja irmã é Carolina. Augusto quando criança jurou amar eternamente uma menina cujo nome ignora e fica inconstante em seus amores, até que conhece Carolina, pela qual se apaixona e persegue. Quando no final ficam noivos, ela primeiro manda-o casar-se com sua amada de infância e depois revela ela ser esta amada. O livro é um exemplo clássico do Romantismo, tendo sido seu primeiro exemplo brasileiro. Ele gira em torno de sua heroína perfeita e seu herói que luta para ter o amor desta e os obstáculos para sua realização, no caso a promessa infantil. Também são bem representados os costumes do Rio de Janeiro da década de 1840 e a classe dos estudantes, da qual Macedo fazia parte na época da escrita do livro. A obra de Macedo apresenta todo o esquema e desenvolvimento dos romances românticos iniciais: descrição dos costumes da sociedade carioca, suas festas e tradições, estilo fluente e leve, linguagem simples, que beira o desleixo, tramas fáceis, pequenas intrigas de amor e mistério, final feliz, com a vitória do amor. Com esta receita, Macedo consegue ser o autor mais lido do Brasil em seu tempo.
O PEQUENO PRÍNCIPE
ANTOINE DE SAINT-EXUPÉRY - AGIR
O narrador recorda-se do seu primeiro desenho de criança, tentativa frustrada de os adultos entender o mundo infantil ou o mundo das pessoas de alma pura. Ele havia desenhado um elefante engolido por uma jibóia, porém os adultos só diziam que era um chapéu. Quando cresceu, testava o grau de lucidez das pessoas, mostrando-lhes o desenho e todas respondiam a mesma coisa. Por causa disto, viveu sem amigos com os quais pudesse realmente conversar. Pelas decepções com os desenhos, escolhera a profissão de Piloto e, em certo dia, houve uma pane em seu avião, vindo a cair no Deserto de Saara. Na primeira noite, ele adormeceu sobre a areia. Ao despertar do dia, uma voz estranha o acordou, pedindo para que ele desenhasse um carneiro. Era um pedacinho de gente, um rapazinho de cabelos dourados, o Pequeno Príncipe. O narrador mostrou-lhe o seu desenho. O Pequeno Príncipe disse-lhe que não queria um elefante engolido por uma jibóia e sim um carneiro. Ele teve dificuldades para desenhá-lo, pois fora desencorajado de desenhar quando era pequeno. Depois de várias tentativas, teve a idéia de desenhá-lo dentro de uma caixa. Para surpresa do narrador, o Pequeno aceitou o desenho. Foi deste modo que o narrador travou conhecimentos com o Pequeno Príncipe. Ele contou-lhe que viera de um planeta, do qual o narrador imaginou ser o asteróide B612, visto pelo telescópio uma única vez, em 1909, por um astrônomo turco. O pequeno Planeta era do tamanho de uma casa. O Pequeno Príncipe contou o drama que ele vivia, em seu Planeta, com o baobá, árvore que cresce muito; por este motivo, ele precisava de um carneiro para comer os baobás enquanto eram pequenos. Através do Pequeno Príncipe, o narrador aprendeu a dar valor às pequenas coisas do dia-a-dia; admirar o pôr-do-sol, apreciar a beleza de uma flor, contemplar as estrelas... Ele acreditava que o pequeno havia viajado, segurando nas penas dos pássaros selvagens, que emigravam. O Príncipe conta-lhe as suas aventuras em vários outros planetas: o primeiro era habitado por apenas um rei; o segundo, por um vaidoso; o terceiro, por um bêbado; o quarto, por um homem de negócios; o quinto, um acendedor de lampião; no sexto, um velho geógrafo que escrevia livros enormes, e, por último, ele visitou o nosso Planeta Terra, onde encontrou uma serpente, que lhe prometeu mandá-lo de volta ao seu planeta, através de uma picada. No oitavo dia da pane, o narrador havia bebido o último gole de água e, por este motivo, caminharam até que encontraram um poço. Este poço era perto do local onde o Pequeno Príncipe teria que voltar ao seu planeta. A partida dele seria no dia seguinte. Falou-lhe, também, que a serpente havia combinado com ele de aparecer na hora exata para picá-lo. O narrador ficou triste, ao saber disto, porque tomara afeição ao Pequeno. O Príncipe lhe disse para que não sofresse, quando constatasse que o corpo dele estivesse inerte, afirmando que devemos saber olhar além das simples aparências. Não havia outra forma de ele viajar, pois o seu corpo, no estado em que se encontrava, era muito pesado. Precisava da picada para que se tornasse mais leve. Chegado o momento do encontro com a serpente, o Pequeno Príncipe não gritou. Aceitou corajosamente o seu destino. Tombou como uma árvore tomba. E assim, voltou para o seu planeta, enfim. O narrador, dias mais tarde, conseguiu se salvar, sentindo-se consolado porque sabia que o Pequeno Príncipe havia voltado para o planeta dele, pois ao raiar do dia seguinte à picada, o corpo do Pequeno não estava mais no local. Hoje, ao olhar as estrelas, o narrador sorri, lembrando-se do seu grande Pequeno amigo.

VIAGENS DE GULLIVER
JONATHAN SWIFT - CERED
Além de fazer uma sátira a toda a raça humana, o autor deste romance dá-nos a conhecer as sociedades inglesa e francesa da época e crítica os aristocratas ingleses e ainda a Royal Society e a administração inglesa na Irlanda. Depois do navio a bordo do qual se encontrava ter naufragado, Gulliver foi arrastado para uma ilha cujos habitantes, os liliputianos, eram extremamente pequenos e entravam em guerra pelos motivos mais insignificantes. Em seguida Gulliver conheceu Brobdingnag, uma terra habitada por gananciosos gigantes. Gulliver seguiu viagem por outros países e, por fim, encontrou uma raça de cavalos muito inteligentes, os Houyhnhm, que receavam que os Yahoo, uma raça imperfeita de humanos, se tornassem cultos. Ao regressar a Inglaterra Gulliver vai compartilhar todo o que aprendeu com os Houyhnhm.


HORTO
AUTA DE SOUZA - Fundação José Augusto
O livro Horto, de Auta de Souza, é a história de uma grande dor. Formou-o a autora recordando, sentindo, penando. Não se tratava apenas de um relato de vida em versos, tampouco de uma escritora feminina oitocentista, preparada apenas para amar Cristo sob todas as circunstâncias, ela também rompia as barreiras da escrita feminina, pois nessa época, a sociedade estava voltada em especial, para conferir visibilidade social ao homem, não a mulher, havia o sexismo da crítica, a figura femina era prepaprada para “anjo do lar”. Sua poesia é dotada de um lirismo cheio de pureza e com uma vocação legitimada que marca um estilo próprio, vocação essa reconhecida por ela mesma, ao se definir como “noiva da poesia”, amava o verso. Despreocupada com qualquer engajemento literário, não se filiou a nenhuma escola. O gosto pelo individual em detrimento a objetividade da vida, mística de seus versos, permite o questionamento dos críticos literários em torno de seu estilo: simbolista? parnasiano? romântico? Do ponto de vista da técnica inconfundível do uso de letras maiúsculas nos substantivos comuns, na busca de evidenciar um conteúdo sugestivo e ainda, se considerarmos o caráter místico e religioso de sua obra, revela-se o Simbolismo, a exemplo disso “Crepúsculo”.Evidentemente o título do livro Horto, numa construção metafórica, faz menção ao local em que Jesus se refugiou para os seus últimos momentos de agonia na cruz e menção ao interior do eu-poético, marcando assim a religiosidade e o subjetivismo, marcas também do Simbolismo. Percebe-se que em seus escritos também se refletem as leituras de românticos como Castro Alves, Álvares de Azevedo, Junqueira Freire, Casimiro de Abreu e Gonçalves Dias, esses dois últimos responsáveis pela entrada da literatura em sua vida. Não há como negar que o estilo desses autores se presenteia em sua poesia, há um forte apelo do momento com marcas de romantismo. Atrelando-se a esse estilo, de certa forma o Simbolismo, que é nela uma continuação do Romantismo, tendo como elementos comuns a espiritualidade, a interiorização, o subjetivo, o vago, o misterioso, o ilógico, há sim um neo-romanatismo, até porque os dois em sua obra não se anulam, se complementam.

BOCA DO INFERNO
ANA MIRANDA - Companhia de Bolso
Bernardina é presa para pressionar Ravasco a se entregar. A Devassa Rocha Pita é nomeado desembargador para investigar a morte do Alcaide. Palma, também desembargador, nega a vingança planejada pelo governador e por falta de provas, exige a soltura dos envolvidos mas, para soltar Maria Berco, Gregório teria que pagar uma fiança de 600 mil réis. O Queda Bernardino é libertado e expatriado. O governador é destituído do cardo e o Marquês de Minas é nomeado para substituí-lo, restituir o cargo de secretário a Bernardo Ravasco e se apresentar imediatamente ao Rei de Portugal. Mesmo assim sai do Brasil com muitas riquezas. O próximo governador, Antônio Luís da Câmara Coutinho, também será satirizado pelo poeta Gregório que terá sua morte encomendada, mas só o próximo governador, João de Lancastre, é que conseguirá prendê-lo e expatriá-lo para a Angola, volta mais tarde para Pernambuco, mas será proibido de escrever suas sátiras. Volta a advogar e morre em 1695, aos 59 anos. O Destino Padre Vieira lutará por justiça social através de seus sermões, morre cego e surdo em 1697. Bernardo Ravasco recebe sentença favorável ao crime contra o Alcaide e é substituído pelo filho, Gonçalo Ravasco. Maria Berco ficará rica mas deformada, rejeita pedidos de casamento à espera do poeta Gregório, que se casa com uma negra viúva, Maria de Povos, mas não se afasta da vida de devassidão pelos bordéis da cidade. ...se eu tiver que morrer, seja por aqui mesmo. E valha-me Deus, que não seja pela boca de uma garrucha, mas pela cona de uma mulher. A cidade da Bahia cresceu, modificou-se o cenário de prazer e pecado da cidade onde viveu o poeta Boca do Inferno.

quarta-feira, 14 de setembro de 2011

Resenha do livro O Ateneu

Resumo

Ateneu era o nome do colégio interno em Aristarco era o dono e o diretor, onde Sérgio, o personagem principal em 1ª pessoa, conta o que aconteceu nessa instituição num período de dois anos, ele ingressara nesse lugar quando tinha 11 anos a mandato do pai que profeticamente disse que o garoto encontraria o mundo lá dentro e deveria ter coragem pra lutar, por infelicidade do destino o menino foi visitado apenas por dois meses.
Logo no início das aulas um professor recomenda Sérgio a Rabelo, o aluno mais sério e que faz questão de mostrá-lo como funciona o sistema, os mais velhos e fortes fisicamente protegem os mais fracos em troca de favores sexuais, então Sérgio deveria impor-se  e não deixar ser protegido por ninguém.
Os colegas de classe são cerca de vinte, Sérgio realiza um breve descrição de alguns.
Nos fundos do colégio havia uma grande piscina onde os meninos se divertiam. Em um dos dias de diversão alguém puxa Sérgio pelas pernas, fazendo com que ele se afunde e afogue. Sanches o salva, mas depois ele tem fortes motivos que foi o próprio Sanches que fizera aquilo propositalmente, a partir desse episódio tornam-se amigos, com o passar do tempo Sérgio sente certo desgosto pelo jeito pegajoso do companheiro que tenta mais e mais se encostar-se a ele. Um dia, não agüentando mais as pressões sexuais de Sanches, o menino se afasta.
Após a decepção com Sanches, Sérgio apega-se a Franco, um marginal que elabora um plano, à noite ele acompanha Franco em sua vingança, o garoto malvado joga cacos de vidro na piscina para que todos se cortem no dia vindouro. Atormentado pela sua consciência, Sérgio passa a noite rezando para Santa Rosália e no dia seguinte descobre que a piscina foi esvaziada para limpeza e ninguém saiu ferido. Então ele ficou muito agradecido por a Santa e conclui que a religião seria um ótimo refugio para ele.
Mas religiosidade não dura muito tempo, o pai de Sérgio intervém discretamente no colégio, as condições melhoram para ele, então ele rebaixa a função da Santa Rosália e mais confiante em si próprio passa a encarar os inimigos de cima.
Pouco antes de o ano acabar, o Ateneu está em tédio, ninguém suporta estar mais tempo naquele lugar. As férias chegam, duram aproximadamente dois meses e logo depois estão todos de volta ao Ateneu.
Depois do passeio ao Corcovado e ao Jardim Botânico, acontece um escândalo no colégio, Aristarco descobre que dois garotos estão namorando e arma um verdadeiro inferno entre os alunos, em seguida mais outro escândalo, a “revolta da goiabada”, os alunos descobrem que estão comendo goiabada de banana há uns três meses, o diretor reconhece o erro e pede desculpas.
Então a “paz” reina no Ateneu e Sérgio faz uma amizade verdadeira com Egbert, um garoto de origem inglesa, os dois passam a fazer tudo junto, eram inseparáveis. Graças às boas notas, eles recebem um convite para jantar na casa do diretor, onde fica fascinado por a esposa do mestre Aristarco, Ema. Sérgio passa a ter sonhos com a Ema e amizade dele e Egbert esfriam.
A mudança de dormitório o afasta ainda mais de seu amigo. A camareira Ângela desperta nele e nos outros meninos uma incontrolável sensualidade. Sérgio fica sabendo que Franco está doente e vai visitá-lo, alguns dias depois o garoto morre. Ao desfazerem a cama a gravura de Santa Rosália cai do lençol.
O final do ano vem chegando e todos se ocupam com as preparações para a grande as festas de fim de ano do Ateneu. Nas festas sempre se fazem presentes grandes pessoas da sociedade. Após a festa de Educação Física, Sérgio adoece de Sarampo, seu pai viaja para a Europa com toda a família e ele é obrigado a ficar no colégio, onde recebe os cuidados de Ema.
Em uma manhã, um grito faz Sérgio estremecer no leito e abrir a janela, o Ateneu está em chamas. Américo, um menino estranho, que ficou na escola, obrigado pela família e que sumiu dali, é o principal suspeito do incêndio. Desapareceu também a senhora do diretor que, desconsolado, presencia tristemente sua obra virar cinzas.
       
                                                                                           Elon Souza Hanycettow 

Comentário

O narrador, Sérgio, fala das suas lembranças de infância e adolescência num colégio interno chamado Ateneu. Então, o foco narrativo em primeira pessoa impede que a obra seja classificada como somente do Realismo.
Na obra é possível observar a riqueza do estilo de Raul Pompéia, apresentando elementos realistas, parnasianistas e impressionistas, isso permite que O Ateneu seja exceção de todo e qualquer padrão literário.  Foi essa obra que rendeu o título de escritor ao Raul Pompéia.
Ainda podemos notar a lentidão na narrativa, o retrato fiel dos personagens, mostrando como realmente são, sem falar na linguagem super rebuscada e detalhista que ele utilizou para escrita do romance.. 
                                                                                                                             
                                                                                Elon Souza Hanycettow

Dicas de leitura do mesmo autor.


1880 - Uma tragédia no Amazonas 
1888 - O Ateneu 
1883 - Canções sem metro 
1882 - As joias da Coroa 

Características do Realismo


Veracidade: despreza a imaginação romântica.

Contemporaneidade: descreve a realidade, fala sobre o que está acontecendo de verdade.

Retrato fiel das personagens: caráter, aspectos negativos da natureza humana.

Gosto pelos detalhes: lentidão na narrativa.

Materialismo do amor: a mulher objeto de prazer/adultério.

Denúncia das injustiças sociais: mostra para todos a realidade dos fatos.

Determinismo e relação entre causa e efeito: o realista procurava uma explicação lógica para as atitudes das personagens, considerando a soma de fatores que justificasse suas ações. Na literatura naturalista, dava-se ênfase ao instinto, ao meio ambiente e à hereditariedade como forças determinantes do comportamento dos indivíduos.

PINTURA REALISTA

                                                                    Angelus - Millet




                                                      Moças peneirando trigo - Courbet


 Características da pintura:
* Representação da realidade com a mesma objetividade com que um cientista estuda um fenômeno da natureza, ou seja, o pintor buscava representar o mundo de maneira documental;
* Ao artista não cabe "melhorar" artisticamente a natureza, pois a beleza está na realidade tal qual ela é; e.
* Revelação dos aspectos mais característicos e expressivos da realidade.

Temas da pintura:

* Politização: a arte passa a ser um meio para denunciar uma ordem social que considera injusta; a arte manifesta um protesto em favor dos oprimidos.
* Pintura social denunciando as injustiças e as imensas desigualdades entre a miséria dos trabalhadores e a opulência da burguesia. As pessoas das classes menos favorecidas - o povo, em resumo - tornaram-se assunto freqüente da pintura realista. Os artistas incorporavam a rudeza, a fealdade, a vulgaridade dos tipos que pintavam, elevando esses tipos à categoria de heróis. Heróis que nada têm a ver com os idealizados heróis da pintura romântica.


Principais pintores:

Courbet - foi considerado o criador do realismo social na pintura, pois procurou retratar em suas telas temas da vida cotidiana, principalmente das classes populares. Manifesta sua simpatia particular pelos trabalhadores e pelos homens mais pobres da sociedade no século XIX.
Obra destacada: Moças Peneirando o Trigo.
 
Jean-François Millet, sensível observador da vida campestre, criou uma obra realista na qual o principal elemento é a ligação atávica do homem com a terra. Foi educado num meio de profunda religiosidade e respeito pela natureza. Trabalhou na lavoura desde muito cedo. Seus numerosos desenhos de paisagens influenciaram, mais tarde, Pissarro e Van Gogh. É o caso, por exemplo, "Angelus".

Abaixo, alguns desenhos relacionados ao livro.



   
                                                                                  Caricatura de Raul Pompéia



                                                                Desenho de Pompéia mostrando Ema, a esposa de Aristarco.  





                                                                O prédio do internato segundo desenho de Raul Pompéia.







                                                                          Aristarco na visão crítica de Pompéia.

A vida de Raul Pompéia


Ainda menino, mudou-se com a família para o Rio de Janeiro. Matriculado no colégio Abílio, distinguiu-se como aluno estudioso, bom desenhista e caricaturista. Na época, redigia o jornalzinho "O Archote". Prosseguiram seus estudos no Colégio Pedro II e publicou em 1880 seu primeiro romance, Uma tragédia no Amazonas. Em 1881, matriculou-se na Faculdade de Direito de São Paulo, participando das correntes de vanguarda, materialistas e positivistas, que visavam fundamentalmente à abolição da escravatura e à República.
Ligou-se a Luís Gama e participou intensamente das agitações estudantis. Paralelamente, iniciou a publicação, no Jornal do Comercio do Rio de Janeiro, dos poemas em prosa, Canções sem Metro. Reprovado no terceiro ano da faculdade terminou o curso em Recife. De volta ao Rio de Janeiro, iniciaram-se no jornalismo profissional escrevendo crônicas, folhetins, contos. Integrava as rodas boêmias e intelectuais, e, aos poucos, impôs-se como escritor.
Em 1888, deu início à publicação de um folhetim na Gazeta de Notícias e no mesmo ano publicou o romance O Ateneu, uma "crônica de saudades", que lhe deu a consagração definitiva como escritor.
Após a Lei Áurea e a Proclamação da República, prosseguiu em suas atividades de jornalista político, engajando-se no grupo dos chamados "florianistas". Entregou-se a um exaltado nativismo. Tendo pronunciado um inflamado discurso junto à tumba de Floriano Peixoto (1895), foi demitido do cargo que ocupava na Biblioteca Nacional. Suicidou-se com um tiro no peito numa noite de natal, no escritório da casa onde morava com a mãe, que assistiu à sua morte.