terça-feira, 13 de setembro de 2011

O ADULTÉRIO NA LITERATURA REALISTA

Desde a Ilíada,de Homero,a traição feminina é referida como causa de grandes conflitos. Isso foi desde o realismo Europeu que enfatizou esse tema bastante intrigante na literatura.
Na época épico Ilíada,composto 800 anos a.C,é narrada a história da guerra de Tróia,provocada pelos amores da esposa de Menelau, Rei de Esparta,pelo jovem troiano Páris. O rapto de Helena por Pária teria sido a causa da Guerra de Tróia,segundo os registros de Homero.

Shakespeare também tematizou as conseqüências da traição feminina, ou pretensa traição,como é o caso da famosa peça Otelo,composta no séculos XVII e encenada muitas vezes desde então. Nessa peça, Shakespeare mostra o avanço dos ciúmes de Otelo, desconfiado de que sua esposa Desdêmona o está traindo com um de seus soldados. Otelo enlouquece de ciúmes e,instigado por lago,acaba por assassinar a esposa inocente em um acesso de fúria.

Eça de Queirós, no realismo português, também tematizou o adultério feminino em vários romances, como O primo Basílio e Alves & Cia, entre outros.
No Brasil, o grande mestre do tema é Machado de Assis. O casamento e seus melindres  aparecem vários romances e contos de Machado, de modo a revelar o olhar aguçado do autor para essa instituição tão problemática quanto detentora das esperanças de
Homens e mulheres.

Vejamos alguns momentos em que o adultério feminino é sugerido em alguns contos e romances de Machado de Assis.

Em memórias Póstumas de Brás Cubas
A mulher quando ama o outro homem,parece-lhe que mente a um dever e portanto tem de dissimular com arte maior,tem de refinar a aleivosia (MACHADO DE ASSIS, 1978, p. 56).

No conto “Primas de Sapucaia”, de Histórias sem data
Adriana é casada; o marido conta 52 anos, ela 30 imperfeitos. Não amou nunca, não amou o mesmo marido, com que casou por obedecer à família.
Eu ensinei-lhe ao mesmo tempo o amor e a traição; é o que ela me diz nessa casinha que aluguei fora da cidade,de propósito para nós (MACHADO DE ASSIS 2001,p. 39).

No conto “A causa secreta”, em Varias Histórias
A comunhão dos interesses apertou os laços da intimidade. Garcia tornou-se familiar em casa; ali jantava quase todos os dias, ali observava a pessoa e a vida de Maria Luísa,cuja solidão moral era evidente. E a solidão como que lhe duplicava o encanto. Garcia começou a sentir que alguma coisa o agitava,quando ela aparecia, quando falava, quando trabalhava, calada, ao canto da janela, ou tocava ao piano uma músicas tristes. Manso e manso,entrou-lhe o amor no coração. Quando deu por ele,quis expeli-lo, para que entre ele apenas trancá-lo; Maria Luíza compreendeu ambs as coisas,a afeição e o silêncio,mas não se deu por achada (MACHADO DE ASSIS, 1999, P. 45).

Esses são alguns exemplos dessa temática tão recente na obra do autor. No entanto,foi com o romance Dom Casmurro (1899) que Machado de Assis sedimentou o tema do adultério feminino em um tratamento original que vem desafiando desde então.

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